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Razões para não tocar igual ao CD (só cinco)!
Enquanto conduzíamos sessões de
treinamento pelos EUA e pelo mundo, descobrimos que o único objetivo musical da
maioria dos grupos de louvor é poder tocar uma canção igual ao CD. Apesar de
haver muitas coisas que podem ser extraídas do CD para ajudar a liderar a
congregação, há também um número igual de coisas que devem ser deixadas no seu
microsystem. Aqui vão 5 razões para se ter em mente enquanto estiver
preparando música nova:
CDs
são para os CD players
Cada canção de um CD deve ter seu
momento de se sobressair em relação às outras e deve corresponder aos limites
de tempo por questões radiofônicas. Introduções musicais pegajosas, solos
incríveis de guitarra e outros arranjos bem orquestrados soam muito bem em um
álbum. Contudo, quando seu objetivo é motivar pessoas a adorar com você, essas
seções instrumentais geralmente transformam participantes motivados em
espectadores simplesmente pelo fato de que a congregação deve espera-lo
terminar de tocar para que possa participar. Quando se calcula quanto tempo é
gasto em introduções, solos e outros detalhes, podemos chegar à conclusão de
que acabam tomando alguns minutos consideráveis por canção – ao considerarmos
todas as canções separadas para aquele culto, é muito tempo sendo gasto em algo
que está trabalhando contra você mesmo.
Você
é você
A maioria dos grupos de louvor não
possuem quatro guitarristas, dois tecladistas e dois vocalistas, como podemos
notar nos CDs. A maioria dos grupos possui um músico para cada instrumento e
muitos vocalistas, e não é assim que os CDs são gravados. Quando um único
guitarrista tenta cobrir quatro partes diferentes de guitarra e oito vozes
tentam cantar duas partes, acontece um caos sonoro. Muitas igrejas estão
tentando com todas as forças soar como outro ministério toda semana em vez de
simplesmente soarem como de fato são.
Você
não é perfeito e nem eles
CDs devem resistir o teste do tempo –
são ouvidos muitas e muitas vezes por anos e anos e, portanto, as gravações são
feitas para serem perfeitas. Através do uso de computadores a bateria é
ajustada no beatperfeitamente, os vocais são meticulosamente
afinados e as partes da música são tocadas repetidas vezes até que estejam
corretas – até mesmo CDs ao vivo são consertados e melhorados após a
performance. Existem tantos ajustes sendo feitos que as pessoas às quais você
supostamente escuta ficam até impossibilitadas de reproduzir a gravação por
conta própria. Pequenos deslizes humanos no tempo podem e frequentemente
contribuem para uma grande confusão sonora quando você está tentando reproduzir
as partes rítmicas muito complicadas, melhoradas digitalmente, que só soam bem
no CD. Selecione partes que funcionam para humanos ao invés de máquinas.
As
ferramentas não são as mesmas
As gravações são meticulosamente
mixadas por engenheiros de som profissionais, por um longo tempo e com muitas
revisões. Além disso, esses engenheiros possuem ferramentas à sua disposição
que não funcionam para um set ao
vivo. Numa gravação, os instrumentos podem ser colocados à esquerda ou à
direita para adicionar clareza. Se essa mesma prática ocorrer num auditório,
aqueles instrumentos colocados do lado esquerdo iriam soar completamente
diferente daqueles colocados à direita. O método de equalização de um CD é feito
“picotando” o som de cada instrumento para adicionar clareza e os ajustes são
todos feitos apenas para aquela canção. Esse método não funciona numa
apresentação ao vivo porque os cultos contêm múltiplas canções com
instrumentações variáveis que demandam uma equalização constante. O resultado é
que, se você tentar tocar as partes que ficaram incríveis no CD, elas apenas
soarão confusas porque no CD muita coisa foi feita posteriormente para
adicionar clareza.
Ornamentado
para impressionar
Grupos e/ou indivíduos não são
escolhidos pelos selos das gravadoras porque são os melhores em levar as
pessoas à presença de Deus – são escolhidos porque vendem muitos CDs. É uma
verdade inconveniente da indústria da música cristã, mas é algo que você tem
que ter em mente porque os CDs são feitos para impressionar você. Eles
geralmente usam partes instrumentais chamativas e letras que não fazem sentido
e que soam impressionantes, mas quando a igreja tenta reproduzir um CD que, em
primeiro lugar, nunca foi pensado para ser tocado ao vivo, as músicas acabam
acontecendo como performance com o propósito da performance – o que pode até
funcionar bem para um momento de devocional pessoal, mas perde um pouco de
autenticidade no âmbito congregacional.
CDs de adoração podem ser uma ótima
ferramenta, mas precisamos saber nossas metas e objetivos para nosso culto
quando olhamos o que usar dos CDs. Queremos música de fundo ao dar boas-vindas
às pessoas ou ao encorajá-las? Então toque o tanto de introduções que ache
necessário para alcançar seu objetivo – não faça apenas porque está no CD. A
parte instrumental leva as pessoas a um lugar mais elevado de adoração? Se sim,
então definitivamente toque-a; mas se não, então corte-a. É a única parte da
música que quando tocada a congregação parece participar da ponte? Então talvez
faça só essa parte.
Use a música como uma ferramenta para
liderar as pessoas juntamente com sua equipe. O engraçado é que, se você for
bem sucedido em levar as pessoas à presença de Deus, ninguém se preocupará com
a maneira como ela soará.
Texto original de "Steven Reed".
Traduzido por "José Ruy P. de Castro".