quarta-feira, 24 de julho de 2013

5 Razões para não tocar (tentar) igual ao CD (de Steven Reed)!

5 Razões para não tocar igual ao CD (só cinco)!


Enquanto conduzíamos sessões de treinamento pelos EUA e pelo mundo, descobrimos que o único objetivo musical da maioria dos grupos de louvor é poder tocar uma canção igual ao CD. Apesar de haver muitas coisas que podem ser extraídas do CD para ajudar a liderar a congregação, há também um número igual de coisas que devem ser deixadas no seu microsystem.  Aqui vão 5 razões para se ter em mente enquanto estiver preparando música nova:

CDs são para os CD players

Cada canção de um CD deve ter seu momento de se sobressair em relação às outras e deve corresponder aos limites de tempo por questões radiofônicas. Introduções musicais pegajosas, solos incríveis de guitarra e outros arranjos bem orquestrados soam muito bem em um álbum. Contudo, quando seu objetivo é motivar pessoas a adorar com você, essas seções instrumentais geralmente transformam participantes motivados em espectadores simplesmente pelo fato de que a congregação deve espera-lo terminar de tocar para que possa participar. Quando se calcula quanto tempo é gasto em introduções, solos e outros detalhes, podemos chegar à conclusão de que acabam tomando alguns minutos consideráveis por canção – ao considerarmos todas as canções separadas para aquele culto, é muito tempo sendo gasto em algo que está trabalhando contra você mesmo.

Você é você

A maioria dos grupos de louvor não possuem quatro guitarristas, dois tecladistas e dois vocalistas, como podemos notar nos CDs. A maioria dos grupos possui um músico para cada instrumento e muitos vocalistas, e não é assim que os CDs são gravados. Quando um único guitarrista tenta cobrir quatro partes diferentes de guitarra e oito vozes tentam cantar duas partes, acontece um caos sonoro. Muitas igrejas estão tentando com todas as forças soar como outro ministério toda semana em vez de simplesmente soarem como de fato são.

Você não é perfeito e nem eles

CDs devem resistir o teste do tempo – são ouvidos muitas e muitas vezes por anos e anos e, portanto, as gravações são feitas para serem perfeitas. Através do uso de computadores a bateria é ajustada no beatperfeitamente, os vocais são meticulosamente afinados e as partes da música são tocadas repetidas vezes até que estejam corretas – até mesmo CDs ao vivo são consertados e melhorados após a performance. Existem tantos ajustes sendo feitos que as pessoas às quais você supostamente escuta ficam até impossibilitadas de reproduzir a gravação por conta própria. Pequenos deslizes humanos no tempo podem e frequentemente contribuem para uma grande confusão sonora quando você está tentando reproduzir as partes rítmicas muito complicadas, melhoradas digitalmente, que só soam bem no CD. Selecione partes que funcionam para humanos ao invés de máquinas.

As ferramentas não são as mesmas

As gravações são meticulosamente mixadas por engenheiros de som profissionais, por um longo tempo e com muitas revisões. Além disso, esses engenheiros possuem ferramentas à sua disposição que não funcionam para um set ao vivo. Numa gravação, os instrumentos podem ser colocados à esquerda ou à direita para adicionar clareza. Se essa mesma prática ocorrer num auditório, aqueles instrumentos colocados do lado esquerdo iriam soar completamente diferente daqueles colocados à direita. O método de equalização de um CD é feito “picotando” o som de cada instrumento para adicionar clareza e os ajustes são todos feitos apenas para aquela canção. Esse método não funciona numa apresentação ao vivo porque os cultos contêm múltiplas canções com instrumentações variáveis que demandam uma equalização constante. O resultado é que, se você tentar tocar as partes que ficaram incríveis no CD, elas apenas soarão confusas porque no CD muita coisa foi feita posteriormente para adicionar clareza.

Ornamentado para impressionar

Grupos e/ou indivíduos não são escolhidos pelos selos das gravadoras porque são os melhores em levar as pessoas à presença de Deus – são escolhidos porque vendem muitos CDs. É uma verdade inconveniente da indústria da música cristã, mas é algo que você tem que ter em mente porque os CDs são feitos para impressionar você. Eles geralmente usam partes instrumentais chamativas e letras que não fazem sentido e que soam impressionantes, mas quando a igreja tenta reproduzir um CD que, em primeiro lugar, nunca foi pensado para ser tocado ao vivo, as músicas acabam acontecendo como performance com o propósito da performance – o que pode até funcionar bem para um momento de devocional pessoal, mas perde um pouco de autenticidade no âmbito congregacional.
CDs de adoração podem ser uma ótima ferramenta, mas precisamos saber nossas metas e objetivos para nosso culto quando olhamos o que usar dos CDs. Queremos música de fundo ao dar boas-vindas às pessoas ou ao encorajá-las? Então toque o tanto de introduções que ache necessário para alcançar seu objetivo – não faça apenas porque está no CD. A parte instrumental leva as pessoas a um lugar mais elevado de adoração? Se sim, então definitivamente toque-a; mas se não, então corte-a. É a única parte da música que quando tocada a congregação parece participar da ponte? Então talvez faça só essa parte.
Use a música como uma ferramenta para liderar as pessoas juntamente com sua equipe. O engraçado é que, se você for bem sucedido em levar as pessoas à presença de Deus, ninguém se preocupará com a maneira como ela soará.


Texto original de "Steven Reed".
Traduzido por "José Ruy P. de Castro".

quarta-feira, 19 de junho de 2013

A música na igreja
Fiquei um tempão sem postar nada... Consequentemente, já faz algum tempo, ensaiava um retorno mas faltava um texto legal pra marcar essa volta... Agora, pretendo (tentar) escrever algo pelo menos 1 vez por semana... Vamos ao texto...

Meu pastor e amigo, Davi Freitas de Carvalho, deu-me a doce missão de escrever um texto para o editorial do boletim dominical de nossa igreja, pois nesse mês, estamos falando sobre os ministérios e meu texto (óbvio) deveria falar sobre a música... Então, ei-lo:

A música na igreja



Ao pensar "música", sobretudo no ambiente eclesiástico, duas perguntas básicas emergem: Qual a importância da música na Igreja? E, qual a sua finalidade? Nesse pequeno texto, apresentaremos algumas reflexões sobre essa temática para, assim, trazer importante esclarecimento para nós, músicos cristãos.

Qual a importância da música na igreja (no culto)?

Deus nos criou para o Seu louvor, por isso a música torna-se importante no culto: é uma das mais lindas formas de exaltar a Deus. Por Sua Palavra, como em tudo em nossa vida cristã, devemos nortear nossos pensamentos e ações. 

Então, vejamos o que a Bíblia diz:

O maior livro da Bíblia, Salmos, é na verdade um livro de cânticos, uma coletânea de hinos escritos em sua maioria por Davi e era conhecido entre os judeus, segundo Charles C. Ryrie, como "O livro dos louvores". Era na verdade o hinário do povo judeu. Um desses salmos, o de número 150, diz assim:

Louvai ao SENHOR. Louvai a Deus no seu santuário; louvai-o no firmamento do seu poder.
Louvai-o pelos seus atos poderosos; louvai-o conforme a excelência da sua grandeza.
Louvai-o com o som de trombeta; louvai-o com o saltério e a harpa.
Louvai-o com o tamborim e a dança, louvai-o com instrumentos de cordas e com órgãos.
Louvai-o com os címbalos sonoros; louvai-o com címbalos altissonantes.
Tudo quanto tem fôlego louve ao SENHOR. Louvai ao SENHOR.

Encontraremos também, em outros livros da Bíblia, cânticos relevantes e dos quais sempre lembramos, como: "O cântico de Maria" (Lucas 1.46-55), "O Cântico de Zacarias" (Lucas 1.67-79), "O cântico de Simeão" (Lucas 2. 28-32), entre outros. Muitas citações bíblicas fazem alusão ao louvor através da música, então não há dúvida sobre sua importância no culto e claro na igreja.

Qual a finalidade da música na igreja (no culto)?

A música tem (deve ter) finalidade e objetivo específicos no culto e por isso precisamos pensá-la com muito cuidado. Assim a música será empregada na:

Adoração e louvor a Deus. Para isto devem ser entoados “hinos e cânticos espirituais”. Leiamos Efésios 5:19 e Colossenses 3:16;

Edificação, instrução (didática) e encorajamento do povo de Deus. Por isso precisamos escolher cuidadosamente hinos e cânticos que apresentem doutrina bíblia correta (cuidado!);

Testemunho de nossa fé em Cristo e propagação do Evangelho que liberta. Muitos são os casos de pessoas que são atraídas a Cristo através da música e são alcançadas pela graça salvadora de Jesus.

Por isso, precisamos considerar que o canto deve ser feito “com a mente” (I Cor 14:15), digo, com clareza de entendimento. Do contrário, não alcançaremos nosso objetivo de adoração plena em espírito e em verdade (João 4:23).

Precisamos ainda entender que a verdadeira adoração é:

Inteligente (I Coríntios 14:15); Espiritual (João 4:24); Reverente (Salmos 95:6); e Sincera (Colossenses 3:23-24).

O assunto é extenso e dificilmente conseguiríamos esgotá-lo em um espaço pequeno como esse, mas acho que como introdução nos ajudará a entender que a música vem de Deus e que deve voltar para ele através de nossos louvores.

Pensemos mais sobre o assunto? Deixe seu comentário, sua crítica ou sugestão...

No amor de Cristo, o único digno de nosso LOUVOR E ADORAÇÃO, seu servo.

Anderson Ferreira Pinto 
(publicado originalmente no boletim dominical da Igreja Batista em Vila Jaguaribe em 16 de junho de 2013)